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6 de mar. de 2015

PAPEL HIGIÊNICO

No meu critério e razoabilidade, ele deve ser apesar de tudo muito eclético.  Deveria chamar-se Papel Ingênuo. Pelo escandaloso monturo de lixo que se espalha pelas cidades e cantos do mundo, a pergunta mais frequente é: Quem polui mais ¿ Os ricos ou os pobres¿ Não quero entrar, no mérito e nem no demérito, quanto as pessoas no seu uso. Apenas fazer algumas considerações. Penso que nas civilizações antigas, o papel usado era o papiro e até pele de cordeiros. Nas fazendas o sabugo do milho. Quanto aos que seguem, nem posso imaginar: os vendilhões do templo. Sentiram a vergasta de Jesus que  os açoitou, cheio de uma cólera sagrada e insana. Virou mesas, correu com as vacas e bois e cabras. Imagino que Cristo foi cético, e o fez pela sustentabilidade, saúde e pelo bem de todos. Enquanto seus donos, felizes, recebiam moedas, esses bichos estercavam, atropelavam-se e cobriam as fêmeas.  Viravam gamelas d’águas, e farelos,  e outras espécies de ração. Mas se o papel higiênico fosse levado para as fábulas e eles falassem, fico a imaginar o que sentiam e o que diziam. Quanto aos sentimentos, sentiria, os hediondos e horríveis, cumprindo a sua missão. Aqui paro e penso. Tanto ódio e tanta raiva, nos deparamos com xingamentos, palavras duras aos gestores insensíveis de repartições públicas e privadas de municípios, estados e nações. Diga-se de passagem que se pode comparar às linguiças fedidas e podres, esquecidas num varal para banquete das moscas varejeiras. É bem o retrato do lixo, e de muitas mentes sacrossantas. Pobre papel ingênuo. Bobo das cortes, otário simplista que nem o pai do mais altos do céu, o aceitaria, a não ser num rolo de luxo e perfumado.

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