PAPEL
HIGIÊNICO
No
meu critério e razoabilidade, ele deve ser apesar de tudo muito eclético. Deveria chamar-se Papel Ingênuo. Pelo
escandaloso monturo de lixo que se espalha pelas cidades e cantos do mundo, a
pergunta mais frequente é: Quem polui mais ¿ Os ricos ou os pobres¿ Não quero
entrar, no mérito e nem no demérito, quanto as pessoas no seu uso. Apenas fazer
algumas considerações. Penso que nas civilizações antigas, o papel usado era o
papiro e até pele de cordeiros. Nas fazendas o sabugo do milho. Quanto aos que seguem, nem posso imaginar: os vendilhões do templo. Sentiram a vergasta de
Jesus que os açoitou, cheio de uma cólera
sagrada e insana. Virou mesas, correu com as vacas e bois e cabras. Imagino que
Cristo foi cético, e o fez pela sustentabilidade, saúde e pelo bem de todos. Enquanto
seus donos, felizes, recebiam moedas, esses bichos estercavam, atropelavam-se e
cobriam as fêmeas. Viravam gamelas d’águas, e farelos, e outras
espécies de ração. Mas se o papel higiênico fosse levado para as fábulas e eles
falassem, fico a imaginar o que sentiam e o que diziam. Quanto aos sentimentos,
sentiria, os hediondos e horríveis, cumprindo a sua missão. Aqui paro e penso.
Tanto ódio e tanta raiva, nos deparamos com xingamentos, palavras duras aos
gestores insensíveis de repartições públicas e privadas de municípios, estados
e nações. Diga-se de passagem que se pode comparar às linguiças fedidas e
podres, esquecidas num varal para banquete das moscas varejeiras. É bem o
retrato do lixo, e de muitas mentes sacrossantas. Pobre papel ingênuo. Bobo das
cortes, otário simplista que nem o pai do mais altos do céu, o aceitaria, a não
ser num rolo de luxo e perfumado.
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