A MARIA SEM QUEIXO
Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua,
brilhante como o sol, formidável como um exército com bandeiras?
Cantares de Salomão 6:10
A Maria, já deve ter morrido: não acredito que neste 2014, ela ainda esteja viva e que o exército não tenha dado a ela uma sepultura. Nos anos 50, vinha sempre acompanhando a banda marcial do 7º RI, vestida com as cores da bandeira do Brasil: verde e amarelo.
Na cabeça de alfinete, de tão pequena, trazia um quepe azul. Uma faixa contornava os ombros e o tórax com os dizeres: Ordem e Progresso. Era da mesma cor do vestido. Contrariada, gesticulava o tempo todo, e pedia socorro à oficialidade. Seguiam-na, vários moleques de rua, zombando e assobiando e, atrás deles, uma fila de guaipecas.
A Maria era protegida dos soldados que muito a amavam. Era uma espécie de boy "menina de recados" . Na semana da Pátria desfilava ao lado dos batalhões. Um pouco marchava na calçada, outro pouco na rua . Parecia que cantava, mas xingava. Era a mascote da banda..
Era esplêndido e fulgurante espetáculo quando a banda passava com hinos de louvor à pátria e aos heróis. As senhoras saíam as janelas para ver a Maria e festejar o desfile do dia Sete de Setembro. Lindo de ouvir era a Canção do Marinheiro - "Qual cisne branco que em noite de lua, vai deslizando"... combinava com a Maria aquele contexto todo: hinos, banda, música. O quadro era comovedor. Eu tinha uns 7 ou 8 anos e chorava de emoção e admiração pela Maria. Figura patética, ridícula, pagando o maior mico. Parecia um caniço bíblico, agitada pelo vento daquele burburinho todo, E, ela passando ... passando ... eu pensava em abraçá-la, mas parecia muito brava - com aqueles gritinhos estridentes. A voz muito aguda que nem a banda abafava. Pudera ... Em dias de festa, seu vestido era de gala, Feito de cetim, quepe de cetim, faixa de cetim.
Contavam que quando pequena, ficando órfão, fora jogada dentro de um chiqueiro de porcos. Daí a alcunha Maria Sem Queixo que Deus a tenha no paraíso. Agora, neste Sete de Setembro festejo a lembrança de Maria e a homenageio "uma heroína, a minha heroína." Preciso dizer mais, Maria que daí do céu, nos abençoa e a nossa Santa Maria. Linda e formosa és, tenho certeza... És uma estrela, e vais brilhar para sempre no meu coração. Um dia vens me buscar, e, se quiseres vem vestida de bandeira: verde amarelo e com os dizeres na tua faixa de rainha: Ordem e Progresso!!@@@@@@@@ e VIVA O SETE DE SETEMBRO!!
Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua,
brilhante como o sol, formidável como um exército com bandeiras?
Cantares de Salomão 6:10
A Maria, já deve ter morrido: não acredito que neste 2014, ela ainda esteja viva e que o exército não tenha dado a ela uma sepultura. Nos anos 50, vinha sempre acompanhando a banda marcial do 7º RI, vestida com as cores da bandeira do Brasil: verde e amarelo.
Na cabeça de alfinete, de tão pequena, trazia um quepe azul. Uma faixa contornava os ombros e o tórax com os dizeres: Ordem e Progresso. Era da mesma cor do vestido. Contrariada, gesticulava o tempo todo, e pedia socorro à oficialidade. Seguiam-na, vários moleques de rua, zombando e assobiando e, atrás deles, uma fila de guaipecas.
A Maria era protegida dos soldados que muito a amavam. Era uma espécie de boy "menina de recados" . Na semana da Pátria desfilava ao lado dos batalhões. Um pouco marchava na calçada, outro pouco na rua . Parecia que cantava, mas xingava. Era a mascote da banda..
Era esplêndido e fulgurante espetáculo quando a banda passava com hinos de louvor à pátria e aos heróis. As senhoras saíam as janelas para ver a Maria e festejar o desfile do dia Sete de Setembro. Lindo de ouvir era a Canção do Marinheiro - "Qual cisne branco que em noite de lua, vai deslizando"... combinava com a Maria aquele contexto todo: hinos, banda, música. O quadro era comovedor. Eu tinha uns 7 ou 8 anos e chorava de emoção e admiração pela Maria. Figura patética, ridícula, pagando o maior mico. Parecia um caniço bíblico, agitada pelo vento daquele burburinho todo, E, ela passando ... passando ... eu pensava em abraçá-la, mas parecia muito brava - com aqueles gritinhos estridentes. A voz muito aguda que nem a banda abafava. Pudera ... Em dias de festa, seu vestido era de gala, Feito de cetim, quepe de cetim, faixa de cetim.
Contavam que quando pequena, ficando órfão, fora jogada dentro de um chiqueiro de porcos. Daí a alcunha Maria Sem Queixo que Deus a tenha no paraíso. Agora, neste Sete de Setembro festejo a lembrança de Maria e a homenageio "uma heroína, a minha heroína." Preciso dizer mais, Maria que daí do céu, nos abençoa e a nossa Santa Maria. Linda e formosa és, tenho certeza... És uma estrela, e vais brilhar para sempre no meu coração. Um dia vens me buscar, e, se quiseres vem vestida de bandeira: verde amarelo e com os dizeres na tua faixa de rainha: Ordem e Progresso!!@@@@@@@@ e VIVA O SETE DE SETEMBRO!!
Um comentário:
Eu lembro dela!
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