MATA-SE.
TUDO PASSA...
A
todo instante, notícias de massacres, homicídios. Nas guerras mata-se. São
consideradas legítimas. Na 2a Guerra Mundial fabricavam-se armas a toda o
vapor, em legítima defesa. Essa tarefa cabia, também, compulsoriamente, aos
prisioneiros de guerra. O mundo encontra-se terrivelmente armado, e não é para
brincar de mocinho e bandido. Matar é um ato repulsivo. As leis religiosas
proíbem. Mas são contraditórias. "Olho por olho" foi uma das
primeiras leis, e, permeia uma vingança. Repulsivo esse slogan. Mas está em
todos os códigos religiosos. Deve ter ficado no DNA do homo sapiens. Ou nasceu
com ele, em defesa da sobrevivência, diga-se de passagem. Quem nunca pensou em
matar, em esganar alguém. Eu já cometi uma tentativa de homicídio e um homicídio.
A coisa se atravessou no meu caminho, não pude evitá-la. Aconteceu. Arranquei
as pernas de uma formiga. Queria vê-la caminhar, sem algumas pernas. Para
formiga foi cruel, enquanto que para mim, soava como experiência. Meu pai viu.
Furioso me chamou de menina má. Larguei a formiga. Ela, já não caminhava. Senti-me
culpada, com remorsos. O homicídio se deu no meu apartamento. Persegui uma
barata que me apareceu. O que tem de homicidas de barata pelo mundo afora, não
está no mapa. A cachorrinha fugiu-me. Enquanto gritava e gesticulava anojada, a
danada escapou-me. Rápida se instalou na fechadura da porta da cozinha. Tentei
com palito, com arame tirá-la dali. Delgada se protegia mais e mais no fundo.
Radical. Eu queria matá-la. Pensei em dar-lhe, uma dose de flit. Ela morreria
ali. Que nojo. Passei a pensar.
Todo o assassino pensa, calcula, projeta. Os pensadores estão aí. Pensaram não mais como românticos e sentimentais. Através de experiências ou experimentos. Descobriram que em tudo a razão deve ser mestre. Embora a palavra seja do gênero feminino, os grandes pensadores foram homens. Pensaram com a razão, ceticismo e materialismo. A força de mercado ganhou e ganha expressão. Em nome de idolatrias, mata-se. A adoração pelo dinheiro mata. Na pirâmide dos valores tem importância o dinheiro. Sangramos o planeta, ferimos o solo, as águas, as matas. Matamos. Desovamos. Abortamos. Tudo tem um preço. A razoabilidade, nua e crua. Aquela barata me encheu a paciência. De observá-la... aquela maneira criativa de sobrevivência. Achou um lar para alimentar-se. Aquecer-se. E não foi embaixo de uma ponte. Aquela infame mostrou-me que tinha dignidade. Mas na escalas de valores, não valia nem o seu sangue. Aks!! Pensei até, torná-la meu bichinho de estimação. Ela não me era dependente. Não iria precisar de dentista, nem de médico, de coisa alguma. Fiquei por uns dias, patética, otária, amorosa. Relaxei. Agora ela era minha amiga íntima. Íntima? Fazia confidências. Ela parecia não me ouvir. Tinha sangue de barata. Tinha e tem. Não me dava bola. Só comia e comia. Depois, recolhia-se, e dormia, dormia. Larguei de pensar. Deixa ela... Se não fosse o susto que levei, talvez eu não voltasse a planejar o seu homicídio. Mas desta vez, não seria: com requintes de crueldade. Ela estava gorda... gorda... uma bola. Meia tonelada de peso. Subia pela porta com dificuldade. Podia ser morta com facilidade. Ask! Tava virada puro sangue de barata. Se desse uma chinelada, aquilo, aquela gordura iria espirrar por tudo. Contive-me. Nem tirá-la da fechadura podia. Iria explodi-la. Agora devo esperá-la. Demorou muito. Enquanto isso pensava como seria, matá-la. Papel higiênico. Sim. Prepararia uma ducha de papel. Um dia peguei-a caminhando no chão. Quando voltei, ela entrava no lixo. Fiquei ali. Esperava-a ansiosa. Não iria ser fácil. Ela iria correr. Que dúvida. Horror!! Ridícula, com a bucha de papel na mão, inclinava-me, ela passava indiferente. Ela falou: hello... Não me provoca. AAAAAAAAAAAAAAAA dava tapas no chão... ta...tá..tá. Tranquei a respiração e fui de focinho, braço, tórax e tudo. Embolei, em cima da maldita. Respirei. Ela não apareceu. Ficou por baixo. Sentada, dei mais umas sentadinhas de lesma, e encolhi o papel. Aks. Mas o chão estava limpo. Embrulhei o papel. Não havia pensado. Esperando que ela saísse por uma fresta. Busquei um saquinho plástico. Atirei-a para dentro e fechei o saco. Aff. Tenho certeza que depois dessa a CIA iria me contratar. Não é brincadeira. Eu poderia ter resvalado. Batido a cabeça, fraturado uma perna ou um braço. Mas já passou. Tudo passa ...
Todo o assassino pensa, calcula, projeta. Os pensadores estão aí. Pensaram não mais como românticos e sentimentais. Através de experiências ou experimentos. Descobriram que em tudo a razão deve ser mestre. Embora a palavra seja do gênero feminino, os grandes pensadores foram homens. Pensaram com a razão, ceticismo e materialismo. A força de mercado ganhou e ganha expressão. Em nome de idolatrias, mata-se. A adoração pelo dinheiro mata. Na pirâmide dos valores tem importância o dinheiro. Sangramos o planeta, ferimos o solo, as águas, as matas. Matamos. Desovamos. Abortamos. Tudo tem um preço. A razoabilidade, nua e crua. Aquela barata me encheu a paciência. De observá-la... aquela maneira criativa de sobrevivência. Achou um lar para alimentar-se. Aquecer-se. E não foi embaixo de uma ponte. Aquela infame mostrou-me que tinha dignidade. Mas na escalas de valores, não valia nem o seu sangue. Aks!! Pensei até, torná-la meu bichinho de estimação. Ela não me era dependente. Não iria precisar de dentista, nem de médico, de coisa alguma. Fiquei por uns dias, patética, otária, amorosa. Relaxei. Agora ela era minha amiga íntima. Íntima? Fazia confidências. Ela parecia não me ouvir. Tinha sangue de barata. Tinha e tem. Não me dava bola. Só comia e comia. Depois, recolhia-se, e dormia, dormia. Larguei de pensar. Deixa ela... Se não fosse o susto que levei, talvez eu não voltasse a planejar o seu homicídio. Mas desta vez, não seria: com requintes de crueldade. Ela estava gorda... gorda... uma bola. Meia tonelada de peso. Subia pela porta com dificuldade. Podia ser morta com facilidade. Ask! Tava virada puro sangue de barata. Se desse uma chinelada, aquilo, aquela gordura iria espirrar por tudo. Contive-me. Nem tirá-la da fechadura podia. Iria explodi-la. Agora devo esperá-la. Demorou muito. Enquanto isso pensava como seria, matá-la. Papel higiênico. Sim. Prepararia uma ducha de papel. Um dia peguei-a caminhando no chão. Quando voltei, ela entrava no lixo. Fiquei ali. Esperava-a ansiosa. Não iria ser fácil. Ela iria correr. Que dúvida. Horror!! Ridícula, com a bucha de papel na mão, inclinava-me, ela passava indiferente. Ela falou: hello... Não me provoca. AAAAAAAAAAAAAAAA dava tapas no chão... ta...tá..tá. Tranquei a respiração e fui de focinho, braço, tórax e tudo. Embolei, em cima da maldita. Respirei. Ela não apareceu. Ficou por baixo. Sentada, dei mais umas sentadinhas de lesma, e encolhi o papel. Aks. Mas o chão estava limpo. Embrulhei o papel. Não havia pensado. Esperando que ela saísse por uma fresta. Busquei um saquinho plástico. Atirei-a para dentro e fechei o saco. Aff. Tenho certeza que depois dessa a CIA iria me contratar. Não é brincadeira. Eu poderia ter resvalado. Batido a cabeça, fraturado uma perna ou um braço. Mas já passou. Tudo passa ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário