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6 de mar. de 2016

PAPEL HIGIÊNICO
No meu critério e razoabilidade, ele deve ser apesar de tudo muito eclético. Deveria chamar-se Papel Ingênuo. Pelo escandaloso monturo de lixo que se espalha pelas cidades e cantos do mundo. A pergunta mais frequente é: quem polui mais? Os ricos ou os pobres? Não quero entrar, no mérito e nem no demérito, quanto às pessoas, no seu uso. Apenas fazer algumas considerações. Penso que nas civilizações antigas, o papel usado era o papiro e até pele de cordeiros. Nas fazendas, o sabugo do milho. Quanto aos que seguem, nem posso imaginar: os vendilhões do templo. Sentiram a vergasta de Jesus,. Os açoitou. Cheio de uma cólera sagrada e insana. Eram corruptos, sem escrúpulos. Virou mesas, correu com as vacas e bois e cabras. Imagino que Cristo foi cético, e o fez pela sustentabilidade, saúde e pelo bem de todos. Enquanto seus donos, felizes, recebiam moedas, esses bichos estercavam, atropelavam-se e cobriam as fêmeas. Viravam gamelas d’águas, e farelos, e outras espécies de ração. Mas se o papel higiênico fosse levado para as fábulas e eles falassem, fico a imaginar o que sentiam e o que diriam. Nem quero imaginar. Quanto aos sentimentos, sentiria, os hediondos e horríveis, cumprindo a sua missão. Aqui paro e penso. Tanto ódio e tanta raiva, nos deparamos com xingamentos, palavras duras aos gestores insensíveis de repartições públicas e privadas de municípios, estados e nações. Pagos pelo dinheiro do povo. Diga-se de passagem, que se pode comparar às linguiças fedidas e podres, esquecidas num varal para banquete das moscas varejeiras. É bem o retrato do lixo, e de muitas mentes sacrossantas. Pobre papel ingênuo. Bobo das cortes, otário, simplista. Nem o pai do mais altos do céu, o aceitaria, a não ser num rolo de luxo e perfumado.

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