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23 de jan. de 2015

MULHER
Mostra a que veio /pintada de várias /formas numa tela são teus valores: /tua forma de ser /que identifica. /Tua roupa são panos, /mas tu és mais linda /que panos que te /delineiam teu sábio, andar.../ podes não ter / pernas perfeitas /dentes perfeitos /não é o dinheiro /que te comprou /nem mesmo aquele/ que amor te jurou /o teu verdadeiro valor. /Esses são meros detalhes/ /são acessórios /um dia vão passar.../ mas tuas formas arredondadas /teus lábios molhados /o frescor de tua boca /anjinhos barrocos /dormirão aos teus pés.
Milênios se passaram./ A situação da mulher / ainda  é um opróbrio / seja ela tutelada ou livre / o respeito/ por ela segue regras e leis / Se não condiz com os costumes / obsoletos e milenares / sofre uma pluralidade de humilhações e violências./ A modernidade desaprova/ mas as chicotadas, mutilações / todo o tipo de crueldades continuam a sofrer/ A batuta do pregador, nem sequer de longe lhe canta réquiens, porque o martelo do juiz continua caindo com força sobre a cabeça da pecadora ou da herege que burlou leis sagradas ditadas pelos sagrados legisladores./ Esse mundo pífio da mulher/ que do paraíso foi expulsa por ser compreendida a desgraça do homem. Esse exibe no gogó um caroço que lhe  nasceu ao ver-se amarrado aos caprichos de tão famigerada meretriz. Testemunhas que registram sua ignóbil imundícies não faltam. Muito próximo de nossas casas, em nossa cidade imundiciada de lixos, descaso de autoridades que continuam a se entreter com seus segredos e conchavos. Acordos que em nada tem haver com a saúde e a vida. Diga-se, nosso choro pranteado às 242 vítimas da boate kiss. 

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