2 de nov. de 2016
Do grande poeta Moçambicano
Paulo Nguenha
MULHER MOÇAMBICANA
Mulher moçambicana,
Silenciada, cilada, celada.
Vagante, falante, gritante.
Negra, cor da noite!
Negra, cor de morte!
Negra, lúgubre sobre o chão, quebrada.
Lúgubrizada, silenciada, martelada.
Martirizada, escutamos à batucada,
Tácita, vibrante, espiral, corpo espalhado.
Mulher moçambicana,
Grita altíssimo e morre
Coração humano, aberto na paisagem
Sentimento que nem se quer procurou
Magoada viajada na embalagem,
Viaja solitária, no embeiço da dor
Grão de areia flutuando no éter
Mulher moçambicana,
Caos vital de cores,
Tingem o branco do tempo
Saudades do tempo que viveu o amor
Fôlego asfixiado, dor de catástrofe
Sangra o líquido, verte-se a dor do corpo
Negro corpo que tece poemas,
Sobre os vícios do mundo em chamas
Mulher moçambicana,
O mundo em chamas é um comboio a vapor
Viaja no mar de sentimentos,
Repletos de imundícies que atraem os ímanes
Densos corpos magnéticos atraem a cor do sangue
Não mais pode alimentar, cor de dor
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