PRECONCEITOS….
Casei
quando a discriminação era dura contra as mulheres que não conservavam sua
virgindade. Minha irmã Magdalene, casou grávida e foi execrada e massacrada
psicologicamente pelos conservadores da cidade de Santa Maria. Casou aos 19
anos, o colégio de freiras que estudava o último ano de contabilidade, Colégio
Santana, a madre pediu que se retirasse para não ser mau exemplo para as
coleguinhas. Foi trancada num quarto e recebia os alimentos, e tudo o mais...
até a data dos sagrados laços do matrimônio que fora oficializado na casa de
meus avós. Parecia velório. Ela nunca mais sorriu. Estava sempre pálida.
Começou a sofrer de anemia profunda e veio a falecer levando uma criança de 5
meses no ventre. Teve o total de seis filhos, a 1ª criança, recebeu o nome de
Maria do Carmo. Viveu apenas alguns minutos. Foi muito sofrimento. Semanas
depois, a babá ganhou criança do cunhado. Nunca se queixou do marido e nem da
babá. Era torturada pelo marido. Recebia segundo me
contaram, bofetões na cara. Pelo marido na frente da babá. Que se portava como
uma madama, sucessora da infeliz. Casei-me, nos anos 70 e virgem. O cunhado que
ficou no casarão, pediu-me em casamento. Vi-me em perigo. Aceitei esse casamento, um tanto contrariada.
Não estava pensando em me casar . Meu foco era um mestrado em teoria literária.
Fui duramente escarnecida pelo ex, e pela sua mãe, porque, vivia conforme as
leis prescritas. Em nada, respeitada, pelo contrário fui muito humilhada e
rebaixada. Nem meu magistério o qual sustentava-o e a casa, dizia-me
constantemente que “eu não pensasse que ele me respeitaria, porque era uma
professora, tratava-me como se prostituta fosse. Encomendei a minha filha,para
mudar aquele panorama infernal de prostituição. Eles visavam apenas um status
melhor com esse casamento. De 6 para 7 anos, nos sagrados laços do matrimônio, fui internada do psiquiátrico, 21 dias fazendo sonoterapia. Pedi o divórcio,
e como me perseguiu. Fiquei amarga, frustrada, revoltada. Pô! a gente não
acerta nunca. Agora minha bandeira é defender as causas inocentes, lutar contra
preconceitos e machismos. Há mulheres machistas, mas escondidinhas. Muitas
fingem-se felizes, e hipócritas, falsas.
Buscam expedientes e vivem, vão indo, cabeça erguida em cima do salto. Tudo
bem, mas
essa conduta não me convém. Fiquei estigmatizada. Essa
falsa moral, é letal, e como!! A constituição nos garante direitos, mas os
conservadores, ainda se sentem logrados... por isso escrevo. Nada impede que os
gays possam ser inteligentes e ativos nas suas profissões. E as ex- esposas
possam levar uma vida útil, honesta, mas são tratadas como disponíveis e
fracassadas. Sinto saudades de minha irmã, entendi que o preconceito, machismo
e outros... a levaram à sepultura. Muito triste, o que enfrentamos...
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13/10/2014
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