Para a Francis

Num dia destes, a tia levantou cedo e agradeci a Deus por estar viva junto dos que mais amo. Abri a janela do meu quarto. O Horizonte estava cinza carregado de nuvens. Era a chuva que chegava, fininha, suave orvalhando a verdura e enchendo o ar de aromas. Era cheiro de terra,de capim, de folhas e flores molhados. Os passarinhos se recolhiam. Ao longe, o joão-de-barro, em júbilo cantava festejando-a, porque a chuva lhe traria a matéria prima para a construção de suas casinhas. Esta harmonia toda me fez pensar em Deus e pedir pelas criancinhas, criaturinhas divinas, abandonadas, tristinhas, ouvindo, aqui, ali, acolá, não o canto dos passarrinhos, mas as dificuldades, os fracassos e as frustrações dos adultos, quando na verdade, deveriam impregnar, seus coraçõezinhos de calma, amor, calor humano e riquezas, como Jesus, na Multiplicação dos Pães, fartou os famintos de alegrias, de sorrisos. Com um gesto, abençoou e agraceceu ao Criador, transformando aqueles adultos, com o alimento da palavra, em pessoas melhores, santificadas, não mais, a mercê da carência e das enfermidades. A boa palavra enriquece, eleva, constrói, edifica. Que Deus seja engrandecido!