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22 de fev. de 2008

Valsa de Strauss

Sol de verão - a pino - calor intenso - saí à rua.
Poucos metros adiante, em meio a cidadãos bem vestidos - carrões.
Deparei-me com uma visão de miserabilidade: um pai e um menino,
empurravam um carroção com alguns plásticos, latinhas e papelões.
Passou-me naquele instante mil pensamentos: fome, sede, abandono.
Chamei o menino e disse: compra um pãozinho. Era a única
moeda que tinha (tenho o hábito de não trazer dinheiro)
Constrangida apressei o passo e enquanto caminhava imaginava
que tocavam a valsa de Strauss e que o pai e o menino, ao invés
daquele carroção velho, subiam numa linda carruagem que os levaria
para um banquete e um mundo cheio de riquezas.

Deus, sim o pardal encontrou uma casa e a andorinha um ninho para si
- que o necessitado encontre sempre uma habitação segura e seus
altares onde possa buscar abrigo. (adaptado do Salmo 84:3)

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